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The Offspring completa turnê no Brasil ‘supercarregados’ com energia de fãs: ‘Não há público melhor’

Em entrevista à Rolling Stone Brasil, o guitarrista Noodles conversou sobre o álbum Supercharged e homenagem aos fãs brasileiros com ‘Come to Brazil’

The Offspring (Foto: Reprodução/Instagram)

The Offspring continua no Brasil, mas fãs já estão pedindo: “Come back to Brazil” — “Volte ao Brasil”, em tradução livre. A banda, que passou por Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba na última semana, completa a turnê Supercharged pelo país nesta terça-feira, 11, em Porto Alegre. 

Mesclando clássicos, como “The Kids Aren’t Alright“, com covers e faixas de seu álbum mais recente — Supercharged (2024) — o grupo está “pronto para sair e conquistar o mundo”, segundo Noodles.

Em entrevista à Rolling Stone Brasil realizada em novembro de 2024, o guitarrista conversou sobre o novo disco, o relacionamento de longa-data com o vocalista e guitarrista Dexter e as expectativas para o reencontro com os fãs brasileiros. 

“O título Supercharged é meio que como sentimos que estamos como banda. Realmente sentimos que estamos prontos para sair e conquistar o mundo. Não vamos deixar nada nos segurar”, afirmou o músico. Compartilhando décadas de amizade com DexterNoodles ainda tomou liberdade para confessar que “o jeito dele de tocar guitarra é bem frustrante”, porque o vocalista “faz muitos slides” com o instrumento. 

No ano passado, The Offspring esteve no line-up da edição brasileira do Lollapalooza, tocando apenas em São Paulo. Desta vez, os americanos continuaram acompanhados por outras bandas em dois dos cinco shows por aqui. SublimeRise AgainstThe DamnedAmyl & the Sniffers e The Warning celebraram a trajetória do The Offspring e o punk rock com apresentações de abertura em São Paulo e Curitiba. 

Além do retorno relativamente precoce ao Brasil — pouco menos de um ano desde a última visita —, The Offspring contemplou os fãs do país com a faixa “Come to Brazil“, fazendo referência aos pedidos incessantes que sempre aparecem nas redes sociais desse e de outros grupos e artistas estrangeiros. 

Dexter Holland e Noodles, do Offspring, durante show
Dexter Holland e Noodles, do Offspring, durante show – Foto: Marcelo Hernandez / Getty Images

Sobre o processo de composição da música, Noodles contou: “Essa foi a primeira vez que começamos pela letra. Mas sabíamos que os fãs brasileiros gostam de algo pesado e intenso. Então, fizemos algo meio thrash metal e queríamos que o refrão fosse realmente épico e de cantar junto, para que os fãs brasileiros pudessem cantar com a gente. Sempre ouvimos o ‘olé, olé, olé’ entre as músicas quando estamos lá. Então pensamos: ‘Vamos manter isso. Vamos colocar isso na música'”.

Confira abaixo a entrevista na íntegra com The Offspring:


Rolling Stone Brasil: Acho que o The Offspring sempre ouve as solicitações dos brasileiros. Vocês estiveram aqui no Brasil no começo deste ano, voltarão no próximo ano… O que faz de nós brasileiros tão especiais?
Noodles: Acho que é a paixão que os brasileiros têm por música. Não há público melhor para tocar em nenhum lugar no mundo. Eles se empolgam muito. É isso! Sempre que postamos algo nas redes sociais, as respostas de todos os fãs brasileiros são: “Come to Brazil, come to Brazil, come to Brazil, come to Brazil”. Então, achamos que é um fenômeno engraçado, mas também apreciamos a paixão e o carinho dos fãs brasileiros. Por isso, quisemos devolver uma carta de amor. “Come to Brazil” é sobre isso.

Rolling Stone Brasil: Já que você tocou no assunto, vamos falar sobre a música “Come to Brazil”. Me conte tudo sobre a faixa. Como surgiu essa ideia e como foi o processo de gravação?
Noodles: Foi divertido! Esse é um exemplo raro de uma música em que tivemos a ideia da letra primeiro e a construímos a partir disso. Normalmente, começamos com uma batida de bateria, um ritmo, um riff de guitarra ou até uma melodia vocal. Essa foi a primeira vez que começamos pela letra. Mas sabíamos que os fãs brasileiros gostam de algo pesado e intenso. Então, fizemos algo meio thrash metal e queríamos que o refrão fosse realmente épico e de cantar junto, para que os fãs brasileiros pudessem cantar com a gente. Sempre ouvimos o “olé, olé, olé” entre as músicas quando estamos lá. Então pensamos: “Vamos manter isso. Vamos colocar isso na música”.

Rolling Stone Brasil: Como é trabalhar há tanto tempo com o Dexter? Como consegue manter essa relação saudável?
Noodles: Beber juntos é algo que fazemos bastante — isso é verdade. Ele provavelmente não bebe com tanta frequência quanto eu, mas quando ele bebe, bebe mais do que eu. Trabalhamos juntos há tanto tempo, e eu realmente o admiro por várias razões. Eu adoro o jeito dele de tocar guitarra… Na verdade, o jeito dele de tocar guitarra é bem frustrante para mim. Mas eu adoro a composição dele — o canto e a composição dele são incríveis. Muitas vezes ele aparece com partes de guitarra que me frustram, mas aprendi muito com isso. Acho que ele aprendeu muito comigo pelo meu jeito de tocar guitarra também. Sabe, somos músicos muito diferentes. Então, meio que… sabe, a gente trabalha bem juntos, meio como o Mick e o Ronnie, ou o Keith e o Ronnie, dos Stones. Estamos trabalhando juntos há tanto tempo. Compartilhamos o mesmo amor pelo mesmo tipo de música, sempre tivemos isso. Agora somos como irmãos, amigos, confidentes… A gente se apoia quando as coisas estão indo mal.

Rolling Stone Brasil: Por que diz que não gosta de como ele toca guitarra?
Noodles: Ele desliza para cima e para baixo. Faço muito bend, que é um pouco diferente, mas ele faz muitos slides. Tipo, ele aperta uma vez e faz três acordes com isso. Foi uma curva de aprendizado difícil para mim. Ainda não toco desse jeito. Eu consigo, mas não toco. Não é como eu tocaria, mas resulta em ótimas músicas. “Come Out and Play” é um exemplo perfeito. “Pretty Fly (for a White Guy)” tem muito desses slides. Tem solos de guitarra nessa música que ele me fez tocar assim, fazendo bastante slide. Então, é só uma corda e deslizar por, tipo, oito trastes. Guitarristas vão entender. 

Rolling Stone Brasil: Qual a narrativa por trás de Supercharged?
Noodles: O título Supercharged é meio que como sentimos que estamos como banda. Realmente sentimos que estamos prontos para sair e conquistar o mundo. Não vamos deixar nada nos segurar. Temos músicas que são sobre isso, como “Light It Up”, que é sobre forças que tentam te segurar, te impedir de seguir em frente. E você está lá, dizendo: “Não, eu não vou deixar isso acontecer. Eu vou passar por isso, ‘got a rocket on my back‘”. É como uma música de luta, né? Esse é o principal ponto. Tem muitos assuntos diferentes. Cada música é meio que diferente. Mas, na verdade, nós só sentimos que estamos supercarregados. Tem músicas sobre relacionamentos que te dão um gás, mesmo que possam ser um pouco complicados, um pouco ásperos, você ainda assim sente uma energia nessas relações…

Leia mais em: https://rollingstone.com.br/musica/the-offspring-entrevista/

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