Dono de estlo relativamente econômico no instrumento, músico do Red Hot Chili Peppers é fã de um dos maiores virtuosos de todos os tempos

John Frusciante reuniu uma série de influências distintas como guitarrista ao construir seu estilo. Sua referência máxima é Jimi Hendrix, mas ele gostava tanto de Mick Ronson (David Bowie) quanto de Frank Zappa. Sua paixão pelo rock progressivo de Steve Howe (Yes) tem a mesma intensidade do apreço pelo som alternativo de John McGeoch (Magazine, Siouxsie and the Banshees).
Todavia, em meio a tantas boas referências, o músico do Red Hot Chili Peppers sente que há um nome de destaque. Trata-se de Allan Holdsworth, chamado por muitos de “o guitarrista dos guitarristas”, tendo em vista a admiração que outros colegas de instrumento têm por ele.
Em entrevista de 2021 publicada no quadro Timely Inspirations (via Guitar Player), Frusciante explicou sua predileção por Holdsworth. O guitarrista inglês falecido em 2017 era do tipo super-habilidoso, mas, na visão do músico americano, conseguia transmitir uma emoção que transcendia o uso de técnicas elaboradas.
Ele explica:
“Não acho que alguém precise ser tecnicamente avançado para ser emotivo. Porém, realmente não acho que haja nenhum guitarrista melhor que Allan Holdsworth. Tenho certeza de que sempre aprenderei com ele. E nunca, em um milhão de anos, serei capaz de fazer o que ele fez.”

Allan Holdsworth, o herói de John Frusciante
Nascido em Bradford, na Inglaterra, no dia 6 de agosto de 1946, Allan Holdsworth tocava não apenas guitarra, como também piano. Sua carreira começou no fim dos anos 1960 e decolou na década seguinte, com trabalhos ao lado de nomes referenciais do jazz fusion e rock progressivo a exemplo de Soft Machine, Bill Bruford (Yes, King Crimson), U.K., Jean-Luc Ponty, Tony Williams, entre vários outros.
Holdsworth se destacou, em especial, pelo uso da teoria musical em modo avançado, como acordes em formato incomum, solos em centros tonais variáveis, domínio e implementação de diferentes escalas, execução peculiar da técnica de ligado (legato), entre outros.
Suas inovações foram tamanhas a ponto de vários outros gigantes da guitarra o citarem como influência: Eddie Van Halen, John Petrucci (Dream Theater), Alex Lifeson (Rush), Joe Satriani, Yngwie Malmsteen e Tom Morello (Rage Against the Machine), entre outros. Também recebeu elogios de ninguém menos que Frank Zappa, que o definiu como “um dos caras mais interessantes da guitarra em âmbito mundial”.
Embora celebrado no segmento das seis cordas, o inglês nunca foi popular. Em meados da década de 1980, passou por dificuldades financeiras e teve que vender parte de seus instrumentos e equipamentos para se manter.
Allan nos deixou em 15 de abril de 2017, aos 70 anos. O músico sofreu um ataque cardíaco em sua casa, em Vista, cidade no estado americano da Califórnia.