A fascinação de Jimmy Page pelo ocultismo, especialmente por Aleister Crowley, é um aspecto notório da história do Led Zeppelin.

A fascinação de Jimmy Page pelo ocultismo, especialmente por Aleister Crowley, é um aspecto notório da história do Led Zeppelin. Essa influência se manifestou na arte dos álbuns, nas escolhas pessoais de Page e, para alguns, até nos eventos trágicos que cercaram a banda, alimentando teorias sobre pactos e maldições.
A Obsessão de Page por Aleister Crowley
Jimmy Page, o lendário guitarrista do Led Zeppelin, era notavelmente e profundamente influenciado pelo enigmático ocultista britânico Aleister Crowley. Essa fascinação, que se manifestava de maneira intensa e abrangente, ia muito além de um mero interesse casual ou acadêmico. Ela impulsionou Page a buscar ativamente e adquirir uma vasta gama de objetos pessoais e propriedades que outrora pertenceram a Crowley, culminando na aquisição da infame e notória Boleskine House, uma residência histórica localizada nas margens do Lago Ness, na Escócia. A casa, que já era amplamente conhecida por sua história misteriosa, repleta de eventos inexplicáveis e rumores persistentes de rituais ocultos e práticas esotéricas, serviu para solidificar e reforçar ainda mais a imagem pública de Page como um verdadeiro adepto e praticante do ocultismo, alimentando especulações e lendas em torno de sua figura.
Ocultismo na Arte de Led Zeppelin IV
O quarto álbum do Led Zeppelin, frequentemente chamado de Led Zeppelin IV, é um exemplo claro da influência ocultista de Page na arte da banda. A capa e o encarte do álbum estão repletos de simbolismo:
- A Figura Rústica: A imagem central da capa, um homem curvado sob um fardo, foi associada a “Old George” Pickingill, suposto instrutor de Crowley nas artes ocultas. Embora Page tenha afirmado que a imagem representava a necessidade de cuidar da Terra, a semelhança com o Arcano Maior “Dez de Paus” do Tarot Rider-Waite, que simboliza responsabilidade e pressão, é notável.
- Sigilos Pessoais: Cada membro da banda foi representado por um sigilo, um símbolo rúnico, no encarte do álbum. Enquanto John Paul Jones e John Bonham basearam seus sigilos em The Book of Signs de Rudolph Koch, Robert Plant criou o seu próprio. O sigilo de Jimmy Page, conhecido como “Zoso”, é o mais enigmático e foi associado a Austin Osman Spare, um artista e filósofo ocultista cujas obras Page colecionava. Spare era conhecido por seu uso de sigilos e sua filosofia de magia, o Zos Kia Cultus.
- O Eremita: A imagem central do encarte interno é uma releitura do Arcano Maior “O Eremita” do Tarot Rider-Waite. Essa carta representa sabedoria, introspecção e a busca por conhecimento. Page se identificava com essa figura, chegando a se representar como o Eremita no filme The Song Remains the Same.
Teorias e Tragédias
A reputação de Jimmy Page e da lendária banda Led Zeppelin foi incessantemente cercada por uma miríade de teorias de conspiração, muitas delas de natureza sombria e especulativa. Entre as mais persistentes e difundidas estava a alegação de que os membros da banda, em particular Page, teriam selado um pacto faustiano com o diabo em troca de fama estratosférica e sucesso sem precedentes no cenário musical global. Essa narrativa, alimentada por uma combinação de misticismo, superstição e a aura enigmática que Page cultivava, ganhou força à medida que a banda ascendia ao estrelato. Eventos trágicos e dolorosos que assolaram a vida dos membros da banda foram, por muitos, interpretados como evidências ou consequências diretas dessa suposta ligação com o ocultismo e forças sobrenaturais. O devastador acidente de carro de Robert Plant, que o deixou gravemente ferido, e a subsequente e ainda mais dolorosa morte de seu jovem filho Karac, foram vistos por alguns como um preço terrível a ser pago. Da mesma forma, a trágica e prematura morte de John Bonham por asfixia, um golpe devastador para a banda e seus fãs, foi igualmente associada a essa teia de especulações ocultistas. No entanto, Jimmy Page, o epicentro dessas alegações, sempre se manteve firme em sua posição, reiterando consistentemente que sua profunda e notória fascinação pelo ocultismo, pela magia e por figuras como Aleister Crowley era estritamente de natureza intelectual e artística, desprovida de qualquer envolvimento com práticas demoníacas ou pactos sobrenaturais.
Fonte: Radiorock