logo-1-b
Previous slide
Next slide

Mulheres na música: apenas 10% dos direitos autorais vão para elas, segundo estudos

Mulher tocando violão – H. Armstrong Roberts / Classic Stock / Getty Images

A edição 2025 do estudo “Por elas que fazem a música”, lançado pela União Brasileira de Compositores (UBC) e o relatório “Mulheres na Música 2025” (via Mundo da Música), disponibilizado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), apresentam um retrato da desigualdade de gênero na indústria musical. Os levantamentos revelam que as mulheres recebem apenas 10% do total de direitos autorais distribuídos no país.

De acordo com o “Mulheres na Música 2025”, dentre os 100 primeiros que mais lucraram com direitos autorais em 2024, apenas 5 são mulheres. O dado reflete um retrocesso, já que, no ano anterior, a porcentagem chegou a 6%.

Entre os anos de 2020 e 2024 o número de mulheres que receberam direitos autorais de execução pública deu um salto. Há cinco anos, eram 22 mil beneficiadas; agora, o novo relatório aponta que são 29 mil.

O “Por elas que fazem a música” aponta que, quando se divide por categoria de distribuição de renda feminina, as autoras têm 73% do total recebido pelas mulheres na UBC. As intérpretes corresponderam a 22,5%, enquanto as músicas executantes levam 2,5% e as produtoras fonográficas 1,5%. As versionistas registraram a menor participação, representando apenas 0,5% da arrecadação.

Em 2024, houve crescimento significativo no registro de obras e fonogramas com participação feminina. O número de cadastros feitos por produtoras fonográficas aumentou 11%, enquanto as obras registradas por autoras e versionistas tiveram ampliação de 10%.

Entre as fontes de arrecadação, os segmentos de Rádio e Show foram os mais rentáveis para as mulheres, cada um representando 19% do total. Em contraste, o setor de Cinema teve a menor participação, correspondente a apenas 0,5% da receita feminina na indústria.

O relatório “Mulheres na Música 2025”  também evidencia as disparidades do setor. Em 2024, a gestão coletiva da música arrecadou R$ 1,5 bilhão, destinando R$ 926 milhões a pessoas físicas. No entanto, somente R$ 75 milhões – o equivalente a 8% – foram repassados para mulheres. Esse percentual se manteve o mesmo em relação a 2023, indicando um aumento no montante total, mas sem progresso na representatividade feminina.

Outro dado presente no estudo refere-se às músicas mais tocadas em shows. Das 100 primeiras, apenas 16 traziam uma mulher com participação no processo criativo. No total, há somente 15 compositoras, que só passam a aparecer na lista a partir da 21ª posição.

66% das mulheres afirmam já ter sido alvo de assédio no mercado da música

A edição de 2025 do “Por elas que fazem a música” também traz um levantamento sobre assédio e discriminação na indústria musical. 76% das mulheres ouvidas afirmam já ter sofrido discriminação de gênero no mercado, enquanto 66% relatam ter sido alvo de assédio no ambiente profissional. 

A maioria das entrevistadas reconhece as disparidades no setor. 97% das entrevistadas acreditam que os homens têm mais oportunidades ou são privilegiados no trabalho em relação às mulheres. Além disso, 90% relataram ter passado por situações em que suas competências foram questionadas unicamente por serem mulheres.

Os depoimentos coletados na pesquisa ilustram a gravidade da situação. Uma profissional, que preferiu manter o anonimato, contou: 

“Um empresário ‘informal’ e eu viajamos para um lançamento musical importante para fazermos networking, e ele chegou ao nível de ter reservado só um quarto para dormirmos juntos após o evento. Eu neguei, claro, e pedi um quarto para mim. Ele implorou na porta do meu quarto. Continuei negando com a maior gentileza. Ele então pegou um táxi na madrugada, foi embora e me deixou no hotel sozinha. Eu fui embora na manhã seguinte, pois teria que pegar um ônibus na rodoviária para voltar pra casa, chorando e arrasada, e acredito que os homens atendentes do balcão tenham achado que eu era uma prostituta, porque nem me olharam na cara quando fiz o checkout.”

Já a técnica de som Jessyca Souza Meireles relatou: 

“Foram várias situações de assédio, vou relatar uma: em determinado trabalho, estava na copa pegando café e um técnico de iluminação me agarrou à força, por trás, e precisei usar de muita força para sair dessa situação. Nada aconteceu com ele e hoje em dia ainda o encontro em eventos.”

A pesquisa “Por elas que fazem a música 2024″ está disponível na íntegra no site da UBC. Já o relatório “Mulheres na Música 2025” pode ser acessado no site do Ecad.

____________________________________________________________________________________________________

NA VOZ DELAS

A reflexão e análise quando paramos para pensar quantos espaços a mulher precisou ocupar no mundo, é engraçada, não é mesmo? Hoje, ao contrário do que sempre foi, estamos aqui para naturalizar essas vozes que por décadas lutaram por um espaço de fala. 

Aqui você vai conferir os mais variados assuntos de interesse das mulheres – além de rock’n roll: bem-estar e saúde, abordando temas como exercícios, alimentação saudável, dicas de autocuidado, beleza e moda, além de esporte, cultura e muito mais!

Hoje, Elas, são o nosso sujeito, protagonistas e as vozes de todas elas ecoaram na frequência da “On the vox” na voz Delas.

Saúde, estética e beleza

A estética desempenha um papel fundamental na autoestima e no bem-estar emocional. Ela se ama? Quais os campos na estética que ela precisa experimentar?

Ana Luiza Estética & Beleza

Um espaço dedicado ao autocuidado e o bem estar.

Em um ambiente idealizado para você vivenciar, suas melhores experiências cuidando dos seus cabelos, unhas, sobrancelhas, cílios, estética fácil, corporal e muito mais.

Agende seu horário e renove sua autoestima na mão de profissionais especializados.

Telefone ou pelo WhatsApp: (55) 3317-5017
Endereço: Av. Fernando Ferrari, 1087, SM – RS

Compartilhe