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Glenn Hughes é uma das vozes mais poderosas do rock; saiba por que

O cantor e baixista inglês é a atração da primeira noite do Bangers Open Air

O cantor e baixista Glenn Hughes (Neil Lupin/WENN)

Glenn Hughes é a principal atração da primeira noite do Bangers Open Air, festival dedicado a todas as vertentes do rock pesado, que acontece nos dias 02, 03 e 04 de maio no Memorial da América Latina, em São Paulo (veja abaixo as informações sobre os ingressos). Não há muitos detalhes do set list –nos últimos tempos era dedicado ao período em que foi do Deep Purple–, mas o baixista e vocalista de 73 anos, velho conhecido do público brasileiro, jamais decepciona.

Hughes é inglês por um capricho geográfico. Nascido em Cannock, cidade do distrito de Staffordshire, ele incorporou os elementos do cancioneiro afro-americano (em especial a soul music e o funk) em suas composições e no estilo de tocar e cantar. O primeiro grupo de Glenn Hughes, o Trapeze –que formou ao lado do guitarrista Mel Galley e do baterista Dave Holland, ambos já falecidos– se destacou no cenário ao criar um híbrido de funk e hard rock. A mistura o credencial para participar da terceira e mais balançada formação do quinteto inglês Deep Purple, em substituição ao baixista Roger Glover (coube ao então novato David Coverdale a missão de calçar as sandálias da lenda Ian Gillan).

O período do Deep Purple coincidiu também com o início da relação de Hughes com as drogas, principalmente a heroína –mesmo vício que ceifou a vida do guitarrista Tommy Bolin, também do Deep Purple. O auge de seu declínio se deu quando, nos anos 1980, quando assumiu os vocais do Black Sabbath, ele levou um soco do tour manager da banda depois de uma discussão. O sangue proveniente desse golpe “desceu” para suas cordas vocais e por muito tempo duvidou-se que Hughes teria condições de cantar novamente.

O músico, contudo, superou o vício e hoje canta como um garoto, para a alegria dos fãs de rock. Abaixo, um guia básico para se conhecer a música de Glenn Hughes.

DISCOGRAFIA SELECIONADA DE GLENN HUGHES

Trapeze – “Medusa” (1970) (Rock Brigade Records)

O grupo inglês tinha entre seus integrantes que tempos depois integraram algumas das principais bandas da história do rock. Glenn Hughes passou pelo Deep Purple e pelo Black Sabbath, o guitarrista Mel Galley tocou no Whitesnake – o disco “Slide it In”, de 1984– e Dave Holland assumiria a bateria do furioso Judas Priest. Um dos discos mais subestimados dos anos 1970 (período em que a concorrência era braba), “Medusa” é uma aula de hard rock e blues temperado por funk e soul music.

Escute: “Black Cloud” e “Your Love is Alright”

Deep Purple – “Burn” (1973)

O disco marca a estreia da terceira –e na minha opinião, a melhor– formação do quinteto inglês de hard rock. Ritchie Blackmore (guitarra), Jon Lord (teclados) e Ian Paice (bateria) ganham o reforço do então novato David Coverdale no vocal, enquanto Hughes assume o baixo e faz vocais de apoio. O hard rock de influências eruditas do grupo cede espaço para canções baseadas no funk e no soul. Um clássico.

Escute: “Burn” e “You Fool no One”

Deep Purple – “Come Taste the Band” (1975)

Ritchie Blackmore pediu o boné logo após o disco “Stormbringer”, de 1974. Tommy Bolin, seu substituto, ajudou a colocar ainda mais o sabor do funk à mistura do grupo. É, para mim, um dos melhores que o quinteto já gravou, especialmente por trazer mais suingue à mistura dos ingleses –e Jon Lord e Ian Paice caem como uma luva na nova fase. O novo Deep Purple, infelizmente, não duraria por muito tempo. Os problemas de Bolin com drogas levaram o grupo a fazer apresentações cada vez mais erráticas, o que culminou em sua dissolução. Bolin morreu em 1976, de overdose.

Escute: “Gettin’ Tighter” e “This Time Around”

GLENN HUGHES – PLAY ME OUT (1977) (Rock Brigade Records)

O primeiro disco solo do baixista e vocalista escancara o namoro com a soul music e o funk, que ele tinha deixado claro em seus tempos de Deep Purple. Há muito de Stevie Wonder (um dos ídolos de Hughes) e uma linha de baixo com nítidas inspirações de Louis Johnson, do Johnson Brothers, outro ídolo do músico inglês. Hughes se une aos ex-parceiros de Trapeze, o guitarrista Mel Galley e o baterista Dave Holland e faz um disco de sabor funky.

Escute: “Space High” e “It`s About Time”

GLENN HUGHES – FROM NOW ON (1994) (Hellion Records)

É um dos poucos discos em que Hughes atua “apenas” como vocalista, deixando o baixo para outros músicos. É mais focado no rock daquele período, com guitarras em volume máximo e vocal rascante. Um belo retorno do cantor às atividades musicais depois de problemas com drogas.

Escute: “Why Don’t You Stay” e “Burn” (sim, aquela)

TRAPEZE – LOST TAPES VOL. 1 e 2 (Hellion Records)

O irmão do guitarrista Mel Galley, morto em 2008, encontrou fitas contendo sobras de estúdio e versões alternativas de canções do Trapeze e decidiu colocar numa edição especial. Não são todas que trazem Hughes nos vocais (seu substituto, Peter Goalby, que depois cantaria no Uriah Heep, é que faz o serviço). Um exemplo de alta performance de uma das bandas mais subestimadas dos anos 1970. 

Escute: “Loser”

BANGERS OPEN AIR

Quando: dias 02, 03 e 04 de maio

Onde: Memorial da América Latina (São Paulo)

Onde comprar ingressos: no site do Clube do Ingresso

Fonte: billboard

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