Árbitro Fifa troca Brasil pelos Emirados Árabes para trabalhar como VAR: “Diferença muito grande”

O árbitro Fifa Igor Junio Benevenuto, um dos principais árbitros de vídeo do Brasil, decidiu se mudar para os Emirados Árabes Unidos após receber uma proposta para trabalhar como VAR até março de 2025. O contrato prevê salário mensal em dólar, independente do número de partidas apitadas, algo que Benevenuto considera uma grande vantagem em comparação ao modelo de pagamento por jogo no Brasil.

No Brasil, árbitros como Benevenuto enfrentam a realidade de um sistema de remuneração que depende do número de jogos trabalhados, sem garantia financeira caso estejam fora de ação por motivos de saúde ou treinamento. Nos Emirados, Benevenuto encontrou uma estrutura organizada, com centro de treinamento e profissionais de apoio, além de benefícios como moradia e veículo. “A estrutura em Dubai é impressionante. Eles têm campos de treino, espaços para VAR e instalações modernas. Poderia ser um exemplo para o Brasil”, afirma o árbitro.

Além das condições de trabalho e estabilidade financeira, o contrato oferece mais tranquilidade, já que o árbitro não sente a mesma pressão intensa que enfrenta no Brasil. “É um salário garantido. No Brasil, ficamos preocupados em fazer um bom trabalho porque, se não, podemos ficar sem receber. Aqui, há mais segurança financeira, mesmo em caso de lesão ou reciclagem”, explica Benevenuto.

Para assumir o cargo nos Emirados, Benevenuto precisou de uma licença da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação Mineira de Futebol. Ele conta que a liberação foi facilitada pelas entidades, que veem sua ida ao exterior como uma prova da qualidade dos árbitros brasileiros. “Foi uma conversa tranquila com a CBF e a Federação Mineira. Eles entenderam que isso valoriza o nosso trabalho no exterior”, revela.

Apesar de o futebol internacional abrir espaço para árbitros estrangeiros, Benevenuto não acredita em uma “debandada” de árbitros brasileiros. Segundo ele, a contratação de árbitros renomados é um processo caro e normalmente visa intercâmbio de experiências. “É algo específico. Não vejo uma debandada, a menos que seja uma proposta muito especial”, pontua o árbitro.

Com 26 anos de experiência, Benevenuto também destaca que, embora a pressão sobre árbitros exista em todo o mundo, o ambiente brasileiro tornou-se especialmente difícil devido à intolerância e agressões nas redes sociais. “A pressão é mundial, mas no Brasil passou do limite. Já fui atacado nas redes sociais, algo que nunca deveria acontecer”, desabafa.

Para Benevenuto, a possibilidade de intercâmbio cultural e financeiro foi essencial na decisão de aceitar o convite para os Emirados Árabes. “Além do conhecimento, abrir novos mercados é muito interessante. Claro que a parte financeira também conta, ainda mais com o pagamento em dólar”, conclui o árbitro, visivelmente animado com a nova fase da carreira.

Fonte: ge.globo

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Telefone: (55) 9 9200-8270
Responsável: Leonardo Santos Lima
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