Cantor falecido em 1990 foi retratado por diversas vezes como um mero inconsequente, mas amigo e parceiro afetivo deixa claro que isso não é tudo

A personalidade de Cazuza já foi comentada por diversas pessoas que conviveram com ele e até em filmes, como as cinebiografias O Tempo Não Para (2004) e Homem com H (2025). Para Ney Matogrosso, muitas vezes o cantor falecido em 1990 é retratado de um jeito que não condiz tanto com a realidade.
Em entrevista à Rolling Stone Brasil antes de sua participação no show-tributo Viva Cazuza, o gigante da música brasileira compartilhou algumas reflexões a respeito da presença do saudoso artista em Homem com H. Na obra, o ex-integrante do Barão Vermelho foi interpretado por Jullio Reis.
De acordo com Ney, a ideia era apresentar ao público um Cazuza que ia além do estereótipo de “inconsequente”. Havia um lado em Agenor de Miranda Araújo Neto que precisava ser destacado.
“Aquilo ali é um filme feito, embora a minha única condição para a coisa acontecer é que só fosse verdade. Então, tudo que está ali é verdade, a respeito do Cazuza e a respeito de todas as pessoas. E é o meu ponto de vista sobre o Cazuza, porque no meu ponto de vista, Cazuza não era só aquele inconsequente, louco, jogado.”

Em seguida, o astro de 83 anos comenta:
“Eu conheci um outro [Cazuza], foi exatamente pelo outro que me interessei — que era encantador, altamente perigoso, sabe? Tinha que tomar cuidado. E eu não tomei e entrei. Foi tudo ótimo. Foi tudo muito bom.”
Ney Matogrosso em tributo a Cazuza
Ney Matogrosso foi um dos convidados do show Viva Cazuza, na última sexta-feira, 11. Realizado pelo Circo Voador em parceria com a Rolling Stone Brasil, o evento trouxe o cantor para interpretar as músicas “Poema”, “Balada do Louco” (Mutantes) e “Pro Dia Nascer Feliz” (Barão Vermelho).
Fonte: rollingstone.