Em entrevista exclusiva ao ge, treinador colorado mostra incômodo com situação na tabela, mas satisfação com desempenho em outras frentes

Em reta final de preparação para o segundo semestre, o Inter tem um objetivo claro no primeiro momento: melhorar a situação na tabela do Campeonato Brasileiro. Na zona de rebaixamento, o time terá quatro jogos seguidos até o retorno das copas, quando terá de dividir atenções.
Neste contexto, Roger Machado se disse “parcialmente satisfeito” com o desempenho no primeiro semestre. Campeão gaúcho e classificado às oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil, o incômodo fica mesmo por conta do Brasileirão, no qual ocupa a 17ª posição no momento.
Em entrevista exclusiva ao ge, o treinador colorado discorreu sobre o desempenho colorado até então, o período de pausa no calendário na Copa do Mundo de Clubes e os brasileiros no torneio nos Estados Unidos. Flamengo e Fluminense, aliás, serão adversários dos gaúchos em breve.
Confira trechos da entrevista:
ge – Como tem sido esse período de intertemporada? Tem alguma prioridade, a parte física, recuperar os jogadores, ou a parte tática, fazer alguns ajustes?
Roger Machado – A parada foi importante, à medida que o primeiro semestre foi muito corrido, uma sequência de jogos muito grande, que demandou muita atenção nossa. E, ao mesmo tempo que esse período de 15 dias faz com que os atletas não percam todo o condicionamento, você consegue recuperar mais rápido. Não é um período de férias de 30 dias, mas importante para que a gente consiga oferecer, na medida da necessidade, tanto o retorno da parte física quanto ajustes de parte tática e também alternativas criadas com o retorno de muitos jogadores importantes que se juntam ao grupo nesse momento. Então, é um mix de diferentes necessidades que essas duas semanas a gente espera poder cumprir.
Como foi o trabalho em si?
Foi mesmo um trabalho parecido com o do início do ano, com a parte tática sendo feita junto com a parte física, para que ganhe ao mesmo tempo o condicionamento físico dos atletas, mas também antecipe algumas questões da parte tática específica coletiva. Já não faço mais os treinos analíticos, puramente da parte física, eles são sempre treinos integrados, com a parte técnica e tática junto, na mesma sessão de treino, de acordo com o dia. Hoje (segunda-feira), fizemos o trabalho de força antes, e o trabalho no campo foi um técnico-tático voltado mais para a potência aeróbica, para a resistência, trabalhando o condicionamento de jogadores para amanhã ser outra variável, assim vai jogando com a priorização dessa semana.
Quando começou a temporada, vocês sabiam que o Gauchão era uma prioridade no primeiro semestre, fizeram um planejamento para chegar no final de uma maneira. E agora, no segundo semestre, vai ter mais uma maratona de jogos. O que o primeiro semestre ensinou sobre isso?
Foi um primeiro semestre que se decidiu em praticamente dois meses, jogos quarta e domingo, e que a prioridade do campeonato regional fez com que a gente usasse a estratégia de ter todo mundo à disposição, colocando em boa parte desses jogos os 11 iniciais, para ganhar o maior ritmo de jogo e chegar na final da competição em um alto nível como chegamos. Havia uma competição só. Depois, quando começou as competições intercaladas, Libertadores, Copa do Brasil e o início de Brasileiro, em que acumulou as competições, sentimos no desgaste dos atletas a oscilação, sobretudo nas partidas do Campeonato Brasileiro, depois de uma partida muito intensa, emocionalmente desgastante, por vezes revezando alguns jogadores, com uma carga maior, oscilamos um pouco no Campeonato Brasileiro, que faz com que tenhamos esse senso de urgência agora nessa retomada.
A sequência de jogos fez com que tivéssemos perdas importantes, e hoje estamos conseguindo reunir todo mundo à disposição. Tem a volta do Mercado, a volta em breve do Berna, por ter um físico privilegiado, vai resultar que volte em um tempo ótimo da lesão que teve, a volta do Carbonero. Teremos novamente o grupo encorpado, assim como no início do campeonato regional. Até a gente se deparar depois com a demanda de Libertadores e Copa do Brasil, a tendência é que tenhamos um novo momento, de uma alta, de um equilíbrio, de performance alta, de um descanso, mesmo que com jogos seguidos a gente consiga performar no mesmo nível que a gente esteve na final do campeonato estadual. Essa é a intenção. E o aprendizado segue sendo a gente encontrar esse equilíbrio ideal, entre você colocar os melhores jogadores ou aqueles que estão passando pelo melhor momento em campo e gerindo bem esses outros momentos das outras competições, mas que elas também têm uma importância para o clube nesse ano.
Sobre equilíbrio, qual é o grande desafio para mobilizar o grupo a manter o mesmo nível em diferentes jogos? Por exemplo: o Inter faz um bom jogo na Libertadores contra o Nacional e no jogo seguinte, com o Mirassol, empata em casa. No jogo contra o Bahia garante classificação, depois perde para o Fluminense em casa.
Acho que é o acúmulo o que ocasionou esse nível de desconcentração, desmobilização de um jogo para o outro. Não é a competição, é o acúmulo que vinha desde o começo do ano. Então, a parada para o Mundial faz com que você mentalmente se recupere daquele período de muita concentração, de muito desgaste emocional, você consiga ter o tanque cheio para cumprir todas essas demandas importantes. Então, eu vejo que essa parada foi providencial para que a gente recuperasse todo mundo, para que a gente conseguisse, novamente, mobilizar para esse período inteiro. São competições distintas, com formatos distintos, mas eu vejo que, mesmo com a demanda dos jogos seguidos, o fato de você conseguir encher o tanque novamente, tanto do ponto de vista físico, quanto do ponto de vista mental, vai nos dar condição, com todo mundo junto, de seguir, de passar por esse novo momento, em jogos mais decisivos, de forma muito mobilizada.
Você acredita que o confronto contra o Flamengo na Libertadores é o momento para o Inter estar no ápice, como esteve na final do Gauchão?
Nós temos que estar no ápice no sábado (contra o Vitória), porque a nossa demanda de urgência é a recuperação do Campeonato Brasileiro, recolocar o clube no lugar do planejamento que fizemos. O planejamento, em parte, foi bem cumprido, mas no Brasileiro sofreu. Então a urgência é no sábado estarmos no melhor nível para iniciar bem essa retomada do Campeonato Brasileiro, porque ela, animicamente também, não só pelo compromisso da importância do Campeonato Brasileiro e se afastar daquela zona perigosa da competição, a gente sabe que também isso vai reverter nesses outros jogos das copas.
Nós temos que estar no ápice no sábado (contra o Vitória), porque a nossa demanda de urgência é a recuperação do Campeonato Brasileiro, recolocar o clube no lugar do planejamento que fizemos”
— Roger Machado, técnico do Inter
Sobre objetivos, o Inter voltou a conquistar o Gauchão depois de tanto tempo, classificou em primeiro em um grupo tido como da morte na Libertadores, está nas oitavas da Copa do Brasil. Mas talvez a última imagem que ficou tenha sido ruim pelos resultados que colocaram o time no Z-4 do Brasileirão. Qual foi tua avaliação deste primeiro semestre? Ficou abaixo do que esperava?
No Campeonato Brasileiro, (sim). Como eu frisei anteriormente, o nosso planejamento era nos manter no bloco da frente, para que a gente fosse passar a parada podendo, nessa retomada, cumprir os compromissos, mantendo o clube nas competições vivas, classificar na Libertadores, no Campeonato Brasileiro, estando disputando na frente. O planejamento, como eu falei, foi parcialmente cumprido, e como você frisou, a imagem é que fica, do insucesso do Campeonato Brasileiro, que é um campeonato muito mais longo, que é um campeonato de regularidade, e que aí, sim, a gente não teve a regularidade que a gente queria. Mas, mesmo assim, quando estivermos falando de pontuação, talvez, ali, o jogo contra o Mirassol, que você frisou, a derrota contra o Fluminense em casa, talvez, uma vitória contra o Sport, fora de casa, nós estamos falando ali, de cinco, seis pontos, que dariam um outro cenário, um pouco mais de tranquilidade para que a gente organizasse essa retomada.
A urgência desses resultados seguintes é que nos colocam na necessidade de não planejar lá na frente, planejar cada jogo pela necessidade e demanda do momento. Eu me senti parcialmente satisfeito, mas não totalmente, evidentemente. Mas agora vamos nos colocar na condição do que o torcedor do Internacional deseja
— Roger Machado
Sentiu o grupo incomodado com essa situação no Brasileiro? Como foram as conversas na volta aos treinamentos?
Claro, não só incomodado, mas trabalhando muito forte para que se inicie esse novo momento e possamos, nesses jogos seguidos do Campeonato Brasileiro, se afastar daquelas zonas de trás.
E a parada veio em boa hora também no sentido de amenizar a pressão?
(A parada) Era necessária pelo desgaste do primeiro semestre. Por mais que a gente tenha passado 40 dias em um ambiente em que o debate gira em torno do Internacional nessa zona incômoda, isso também acaba gerando uma necessidade de comprometimento muito maior dos atletas e gera o ambiente de mobilização também. Não tenha dúvida disso.
Como a participação de Flamengo e Fluminense na Copa do Mundo de Clubes podem impactar a vida do Inter ali na frente, nos confrontos de Libertadores e Copa do Brasil, respectivamente?
Vai ter um impacto positivo para os clubes que forem até o final. A motivação é aumentada em função de você medir força contra times grandes da Europa, mas para outros tem o desgaste. Nós descansamos, conseguimos uma retomada de treinamento que esses times talvez não tenham, talvez o Flamengo dê alguns dias de folga, o Fluminense talvez não consiga nem parar nesse retorno, Palmeiras é a mesma questão. O impacto para a gente é olhar para frente, iniciar o Campeonato Brasileiro e depois mirar esses confrontos para chegar no mesmo nível que esses times estarão nesse momento da disputa.
Observar como esses rivais foram no Mundial pode ajudar em algum aspecto?
Sim, a gente antecipadamente consegue estudar melhor as estratégias que os nossos adversários usaram em diferentes contextos. Isso me dá muito subsídio para, posteriormente, conseguir organizar a equipe nesses momentos que a gente for enfrentar.
Entre os jogadores que voltam de lesão está o Rochet. Ele retorna como titular ou você vai manter o Anthoni por um período, pela questão da gestão do grupo?
No Campeonato Gaúcho, da plena recuperação do Rochet, perto dos jogos finais, já foi descontextualizada a permanência ou não do Anthoni. Naquele momento, conversando com o Rochet, acho que por mérito eu tinha o dever de permitir que o Anthoni termine esse campeonato estadual pela construção que ele fez. O Rochet voltou no Brasileiro e, na infelicidade do jogo contra o Flamengo, machucou a mão. Dali para cá ele fez a cirurgia e se recuperou. Está trabalhando normalmente. Agora é um outro momento. Sabemos a importância que o Rochet tem do ponto de vista do seu peso, da sua capacidade. O Anthoni é um jovem muito talentoso que deu conta do recado quando precisou, tanto no estadual quanto nas partidas importantes da Libertadores, também na Copa do Brasil. Agora temos a possibilidade de fazer o retorno do Rochet para sua posição como titular que foi e que por mérito, a partir de agora, retornando para o time, garanta sua posição no campo, porque o Anthoni provou que ele tem capacidade de ser também titular.
Rochet em treinamento do Inter — Foto: Ricardo Duarte/Internacional
Por Gabriel Girardon e Fernando Becker
Fonte: ge.globo
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